Joshua Mikel fala como foi interpretar um vampiro

O sétimo episódio de The Vampire Diaries deixou muitos telespectadores horrorizados. Não basta Jeremy (Steven R. McQueen) ter uma ânsia incontrolável de querer matar sua irmã; Caroline (Candice Accola) também teve que soltar sua teoria sobre o vínculo de sangue e, para fechar com chave de ouro, após três temporadas e meia de pura frustração sexual, Damon (Ian Somerhalder) e Elena (Nina Dobrev) finalmente vão para a cama.

Tendo dito isso, houve outra cena controvérsia em “4×08 — My Brother’s Keeper” que fez com que muitos fãs de TVD debatessem-na — e foi quando Stefan (Paul Wesley), inflexível em sua busca de encontrar a cura para “consertar” Elena, vai até o hospital, onde um assassino condenado estava algemado à maca, alimenta-o com seu sangue e quebra-lhe o pescoço. Então, quando o cara passou pela transição, Stefan faz com que Jeremy o empalasse direto no coração, fazendo com que sua marca de caçador crescesse por seu corpo. (A propósito, Dexter Morgan ficaria orgulhoso do Estripador de Monterey.)

Enfim, Stefan estava certo em fazer isso? Ou não? Enquanto nós continuamos a ponderar essa pergunta filosófica, vamos dar atenção ao ator talentoso que interpretou o prisioneiro nesse episódio — Joshua Mikel — e vamos descobrir como foi gravar no set, fazer o teste para esse intenso papel e experimentar o sangue de Paul.

O seu personagem teve que ser bem agressivo. Como foi o processo de seleção? Pediram para você se contorcer em uma cadeira e tal?

Joshua Mikel: Pois é. A audição foi sem dor para mim. Na segunda, eu não sabia que tinha uma audição. Então, na terça, meus agentes me contaram que haviam me ligado a respeito de um papel que eu não havia me inscrito. Felizmente só haviam quatro falas, então foi fácil gravar na memória. Naquela noite, fui me encontrar com Marty (o diretor de elenco para quem eu havia feito audições cinco ou seis vezes para outros papéis na série), com o diretor Jeffrey [Hunt] e um outro pessoal. Entreguei um vídeo que continha eu atuando — minha primeira cena no episódio — e tinha certa de trinta segundos. Eles não pareceram estar muito impressionados, então eu fui embora e liguei para o meu amigo Mark, dizendo que havia fracassado. No dia seguinte, eu havia conseguido o papel e tinha um encaixe na minha agenda, então fui direto ao set na quinta. Eu não sabia que teria uma segunda cena até cheguei lá e a moça dos vestuários me deu a boa notícia.

Então, aqui vai uma pergunta que muitos querem saber: qual o gosto do sangue do Paul?

Joshua Mikel: [Risos] Tem o gosto que você deve imaginar — igual ao belo Paul Wesley. O sangue falso tem um gosto super doce com uma pitada de menta.

Você fez sua estreia em TVD em um episódio que mudou completamente o rumo da história. Como você sentiu no set? Você soube algum grande spoiler ou teve a chance de ver outras cenas sendo filmadas?

Joshua Mikel: Eu não sabia NADA a respeito do episódio. Como eu disse, eu nem sabia que voltaria após meu pescoço ter sido quebrado… algo ingênuo de se pensar, se tratando de uma série de vampiros, eu sei. Eu descobri faltando meia-hora ou menos, antes de começar a gravar, que Gabby Douglas estaria participando, então eu fiquei bem impressionado em saber que tanta gente podia participar da série, executando-a de modo que faça com que os segredos prevaleçam. Quando eu terminei minhas obrigações, eu fui ver algo que pareceu acontecer na casa de Klaus. Era tudo novo para mm, e o palco que eles usam, contendo vários cenário, é absolutamente incrível.

Como foi trabalhar com Paul Wesley e Steven R. McQueen? Eles deram alguma dica de como sobreviver em Mystic Falls?

Joshua Mikel: Eles são caras muito legais. Eu não sei se vocês sabem, mas esses caras trabalham nove meses por ano na série, durante longos dias, cinco ou seis horas por semana. Meu primeiro dia foi exaustivo. Estou espantado que eles continuem mandando ver. E eu QUERIA que eles tivessem me dado algumas dicas de como sobreviver na cidade. Talvez, meu personagem poderia ter experimentado um pouco mais da longevidade. [Risos]

O seu personagem ficou selvagem e desequilibrado, principalmente se formos considerar que ele foi um assassino que havia sido transformado em uma criatura chupadora de sangue. De onde você tirou inspiração?

Joshua Mikel: Bem, eu já fiz muitos assassinos, traficantes, personagens à margem da lei, então isso veio de experiências passadas. O interessante é que, neste caso, o meu personagem só foi ele mesmo durante alguns segundos, antes que Stefan entrasse no quarto e, então, quase que imediatamente o compelisse para que ele dissesse a verdade sobre quem ele era, e sobre todas as coisas horríveis que ele havia feito. Um assassino não vê os crimes que cometeu como algo condenável, então, para ele, ser algemado à uma maca foi meio que ridículo… é como se ele tivesse sido proibido de andar de bicicleta. Então, na segunda cena, quando ele começou a entrar em transição, eu quis interpretar uma versão dele mais animalesca, por causa do sofrimento que ele estava passando — a sede por sangue havia ofuscado quem quer que ele tivesse sido antes.

Eu não consegui dormir na noite anterior à minha ido ao set, cheio de ansiedade, então, acidentalmente, eu achei um documentário sobre a natureza selvagem dos babuínos, decidindo por fim imitá-los um pouco em seu modo de pânico. Não me importei de ter passado essa imagem (nem que poderia ter passado), mas no set, pelo menos, eu tinha algo com que me basear. Eu sei que parece muita coisa para se pensar para apenas um papel sem grande importância, mas eu poderia passar vergonha em rede nacional se tivesse agido de outra forma.

Você é fã de TVD, ou de qualquer outro programa sobrenatural? Se sim, qual(ais)?

Joshua Mikel: É engraçado, e até tenho vergonha de dizer, mas eu nunca vi nenhum, o que o faz pensar que é bem estranho eu ter feito uma audição para algo que eu nunca havia visto. Dito isso, eu vi algumas promos, e fiquei um pouco familiarizado com a coisa. Antes de eu pisar no set, no entanto, alguns amigos meus me informaram sobre o mundo de Mystic Falls, relatando o que havia acontecido nas três primeiras temporadas, bem como o que aconteceu agora na quarta. Eu gosto mesmo de American Horror Story, apesar de ter visto somente os primeiros cinco episódios da primeira temporada, e também aprecio The Walking Dead. Eu sei, eu sei… comece a se atualizar, Josh.

Adoraríamos se você pudesse compartilhar algum momento engraçado no set naquele dia! Houve algum momento cômico?

Joshua Mikel: Eu estava prestes a entrar na minha primeira cena (a do hospital), lendo meu script, quando um ator chegou e se sentou ao meu lado; e eu não havia prestado muita atenção nos nomes dos personagens enquanto lia,  então tentei lembrar o que eu havia aprendido no dia anterior sobre o pessoal (os nomes dos atores e dos personagens que desempenham). Eu disse para o cara: “Você interpreta o Jeremy, certo?”, e ele se virou, olhou para mim e disse: “Grande fã da série?” Meu amigo, então, me disse que aquele, na verdade, era Paul Wesley, e que ele interpretava Stefan. Não é necessário dizer que fiquei mortificado. Paul, porém, foi bem bacana a respeito.

A correntes, também, não eram reais. Elas eram feitas de plástico. Toda hora elas escapavam de meus pulsos. Eu fiquei tão mal pelo pessoal da produção, mas todos foram legais e não deixaram algo como isso afetar meu desempenho.

Que outro personagem de TVD você gostaria de interpretar? Por quê?

Joshua Mikel: Cara, eu gostei muito do personagem que me deram, menos da parte em que morri… duas vezes. Estou bastante orgulhoso de haver uma série de tal porte sendo gravada na Georgia, e por ter feito parte dela.

O que você vai fazer agora? Onde os fãs podem encontrá-lo?

Joshua Mikel: [Risos] Seria meio presunçoso dizer “fãs” tão cedo. Recentemente, tive uma pequena cena em We’re the Millers (Somos os Millers, em tradução livre), que chegará aos cinemas no ano que vem. O filme estrela Jennifer Aniston e Jason Sudeikis, e estou bem animado. Além disso, participei de outras coisa independentes, como The Lengths, Listen e Crackerjack, que verão a luz do dia no ano que vem, também. Além disso, estou tentando o maior número de papéis que conseguir e mantenho meus dedos cruzados.